Loulé é uma cidade e concelho da região do Algarve, distrito de Faro, Portugal. Em 2011, o município tinha uma população de 70.622 habitantes em 763,67 quilômetros quadrados (294,85 milhas quadradas). O concelho inclui duas cidades principais: Loulé e Quarteira.
A presença humana em Loulé remonta ao Paleolítico Superior, com um crescimento significativo a partir do final do Neolítico devido à agricultura e pastoreio. Os fenícios e cartagineses mais tarde estabeleceram postos comerciais, impulsionando a pesca, a prospecção mineral e o comércio.
Após a Guerra Púnica do século 2, os romanos expandiram a economia local com conservas, agricultura e mineração. A ocupação romana é evidenciada por vestígios como um altar à deusa Diana e as aldeias de Clareanes e Apra. No século 5, os suevos, vândalos e visigodos assimilaram os assentamentos romanos e as práticas culturais.
O século VIII viu a ascensão da histórica Al-'Ulya' (Loulé) sob os mouros muçulmanos, que fortificaram a cidade. Vestígios deste período incluem a torre da Taipa e a torre sineira da Igreja de São Clemente de Loulé, originalmente um minarete de uma antiga mesquita, e o Jardim dos Amuados, um antigo cemitério mourisco.
Em 1249, D. Afonso III, com o apoio de D. Paio Peres Correia da Ordem de Santiago, conquistou o castelo de Loulé aos mouros, integrando-o na Coroa Portuguesa. Um foral (foral) foi emitido em 1266, seguido por outro em 1269 para o subúrbio sul da Mouraria. A Reconquista Cristã impactou negativamente a economia de Loulé, que dependia do comércio com o Norte de África e a Andaluzia. Para impulsionar a economia, o rei D. Dinis estabeleceu uma feira de 15 dias em Loulé.
No final do século XIV, Loulé estava em declínio, com o seu castelo em ruínas. O rei João I concedeu privilégios para encorajar o assentamento e reparar as defesas da cidade. Durante a expansão marítima de Portugal, Loulé tornou-se importante na exportação de vinho, azeite, frutos secos e outros bens, permitindo-lhe recuperar economicamente. Em 1422, as muralhas da vila foram reconstruídas e, em 1471, foi estabelecido o primeiro hospital do Algarve.
Ao longo do século XVI, Loulé enfrentou ameaças de piratas e viu o seu castelo cair em ruínas. Apesar do declínio econômico, novas construções, incluindo igrejas e eremitérios, continuaram. Após a Restauração, o papel do castelo tornou-se mais defensivo, com novos edifícios ao seu redor.
No início do século 19, a instabilidade política das Guerras Napoleônicas, a fuga da monarquia e as Guerras Liberais levaram a uma crise econômica. Para resolver isso, o ministro das Finanças, Mouzinho da Silveira, ordenou a venda de bens nacionais e a expropriação de conventos. Como resultado, o Convento do Espírito Santo, fechado desde 1836, foi convertido em prefeitura e teatro. O desenvolvimento residencial e comercial expandiu-se em torno do antigo castelo, com grandes mudanças como a abertura da Avenida Marçal Pacheco, que ligava o leste e o oeste, levando à demolição de partes da ermida do Carmo e da muralha do castelo.
Em 1885, as principais atividades sociais e económicas da vila centravam-se em torno da Rua da Praça (atual Avenida Praça da República), para onde foi desinstalado o concelho. No final do século XIX, Loulé expandiu-se para oeste, levando à urbanização da Quinta do Olival de São Francisco e à criação da nova freguesia de São Sebastião em 1890. Esse crescimento, impulsionado pela industrialização, atraiu novos residentes e foi apoiado pela melhoria do transporte, incluindo ferrovias e linhas de comunicação.
Antes da Primeira República, muitas estruturas arquitetônicas importantes foram construídas em Loulé, incluindo o mercado municipal projetado pelo arquiteto Mota Gomes. Este projeto alterou significativamente a cidade, levando à destruição parcial do castelo. A abertura da Avenida José da Costa Mealha teve um grande impacto na logística e arquitetura de Loulé.
Durante o período do Estado Novo, a cidade viu melhorias na iluminação pública, abastecimento de água e sistemas de drenagem. Após o golpe militar de 1926, o crescimento de Loulé continuou moderadamente, com os esforços de modernização centrados na Avenida José da Costa Mealha (atual Avenida 25 de Abril). Isto impulsionou a construção de edifícios notáveis como o Cine-Teatro Louletano e o monumento a Duarte Pacheco. Grandes blocos residenciais logo substituíram antigas propriedades agrícolas e arquitetura tradicional a nordeste e sul da avenida.